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Aquáriusul

Sou daqui deste povo que cheira a mar e sabe a fado

Aquáriusul

Sou daqui deste povo que cheira a mar e sabe a fado

Sab | 11.04.15

O porquê?

 

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Desde o alvorecer da humanidade que a questão do porquê preencheu o espírito humano na sua singularidade. É esse anseio que o leva a desbravar o conhecimento de si mesmo e do meio envolvente, todas as correlações se entrosam numa tecedura intrincada e se espraiam pelo cosmos numa demanda infinda.

Inquietude é o estado emocional do ser, enquanto navega na obra da Criação e mais além se redescobre para um novo alento que não deixa tranquila a sua vontade, é impulsionado sempre para o porquê.

Inquirir, pesquisar, espírito aberto e simplicidade infantil. Assim é a vontade do Criador, expressa através de leis que regem as Criações! É no porquê que nos descobrimos, pedra filosofal cujo toque transforma o sonho em ação. Ao menos uma vez questione-se, porquê?

As ciências têm contribuído para o desenvolvimento do património cultural e educativo do ser humano, enquanto entidade individual e de grupo e consciente de si.

Deus não é produto da filosofia do homem, mas o homem é produto da vontade de Deus!

No entanto, muitos porquês ainda assolam a alma humana, mantendo-se intransponíveis no seu esclarecimento; dirão alguns, “os desígnios de Deus são insondáveis”, “é da vontade de Deus”, acomodando-se numa atitude de resignação e lançando sobre Ele a causa das coisas, dirão outros, “porquê?” e procuram…

Porque o ser humano se fechou às respostas, não quer aceitar, entre outros, o processo da causalidade, que infalivelmente advém de uma causa e efeito, também nas ações humanas. Basta olhar em redor e encontramos exemplos factuais, e nós somos parte integrante desta obra, estamos sujeitos ao cumprimento da lei, tanto no aspeto físico como mental. A Natureza não se acomoda ao entendimento humano, o entendimento humano é que se deve adaptar naturalmente à lei, inflexível e perfeita como tal! Registo o diálogo de Sócrates com Fédon, escrito por Platão na sua obra Diálogos:

“Refleti: Se verdadeiramente a alma é imortal, cumpre que zelemos por ela, não só durante o tempo atual, isso a que chamamos viver, mas também pela totalidade do tempo; pois seria um grande perigo não se preocupar com ela. Admitamos que a morte nada mais seja do que uma total dissolução de tudo. Que admirável sorte não estaria reservada então para os maus, que se veriam nesse momento libertos de seu corpo, de sua alma e da própria maldade! Mas, em realidade, uma vez evidenciado que a alma é imortal, não existirá para ela nenhuma fuga possível a seus males, nenhuma salvação, a não ser tornando-se melhor e mais sábia.”

Porque o ser humano sente que as respostas não vão ao encontro de sua vontade e reage hostilmente, numa atitude de fraqueza e medo, àqueles que o podem ajudar e esclarecer, libertar-se de sua atitude modorrenta.

Esta hostilidade criou mártires na História da Humanidade, entre todas as religiões e sociedades. São muitos para serem enumerados… todos pereceram mercê das suas atitudes altruístas e desejo de entreajuda, diante da ignomínia e bestialidade humana; gostariam de ouvir o que soasse mais adequado ao seu comportamento e não ao que a lei determina; e assim nascem, quais cogumelos em ambiente adequado, entidades religiosas e outras para dar consolo a seres desesperados… desesperados, porque a pressão da lei não o permite de outro modo.

“Cristo não desceu à Terra absolutamente com a intenção de se deixar crucificar. Nisso também não reside libertação! Cristo foi crucificado, no entanto, como um incómodo portador da verdade devido à Sua doutrina.” (¹)

As respostas estão no livro da Criação, abrir o pensamento e calmamente lê-lo, trará paz de espírito e esclarecimento, pressuposto é que saibamos ler!

Procura e acharás, disse Jesus há dois mil anos, essa advertência mantém-se atual nos nossos dias, faz parte da lei que o Criador instituiu na Sua Obra. Procurai a Verdade e a Verdade encontrareis. Nada do que procurais vos será escondido. Ansiai por isso e isso vos será revelado. Por excelência, a obra do Altíssimo é maravilhosa e perfeita.

“Despertai, pois! Somente na convicção repousa a verdadeira crença, e a convicção só vem através de provas e análises irrestritas! Sede seres vivos na maravilhosa Criação de vosso Deus!” (¹)

Na vida, nada é absoluto, tudo é relativo [De absoluto só a relatividade - Einstein]! Devemos procurar e entender o enquadramento das coisas, visíveis e invisíveis e manter limpo o foco dos nossos pensamentos, de modo lógico; a vida, tal qual nós a vemos e vivemos, não se passa só no nosso ambiente mais próximo, nos acontecimentos ordinários do nosso dia-a-dia, mas, também, para além da nossa atuação material, prolongando-se na nossa alma e em outro ambiente mais refinado, consistente com a evolução do ser e no sentido contínuo da vida.

“Quem possui em si decisiva vontade para o bem e se esforça por outorgar limpidez a seus pensamentos, esse já achou o caminho para o Altíssimo!” (¹)

Se cumprimos com as leis dos homens, porque não cumprir com a lei de Deus?

 

Alma Lusa

 

(¹) Na Luz da Verdade-Mensagem do Graal, de Abdruschin